Há um tempo atrás, ouvi o seguinte “argumento”: “Jamais votaria em um político ateu, porque não sendo temente a Deus, não seria confiável!”
Meu ponto de vista é: se para não fazer o mal você precisa ser coagido pelo medo, me desculpe, mas você não é bom!
Um ateu, antes de mais nada é um pensador, porque se deu ao trabalho de questionar o senso comum. Já para aquele que crê em Deus fica fácil, todo mundo acredita, não dá trabalho mental e agrada aos demais.
O que impede alguém de questionar a existência ou não de Deus, se Jesus, Buda ou Maomé foram reais ou simbólicos? Talvez seja até mais interessante pensá-los como mitos, assim pularíamos a parte na qual eles teriam tido necessidades fisiológicas reais como nós. Um messias com distúrbios intestinais deve ser uma situação bastante confusa para um fiel lidar!
Eu particularmente acredito em uma força divina, mas só acredito porque ousei duvidar (e porque sou romântica). E por isso mesmo, o Deus que me fala ao coração tem que ser o mesmo que me fala a razão, tem que ser um Deus que domina as forças dos abismos mais profundos do planeta mais distante. Mas essa é a minha visão. Qual o tamanho de cada messias e cada religião humana nisso tudo? Esse Deus de que falo, que segura a força dos buracos negros do universo, cabe em um humano, ainda que este consiga caminhar sobre as águas?
E afinal, qual o acréscimo de integridade que a crença em um deus etnocêntrico confere a alguém, a ponto de torná-lo mais ou menos confiável e competente?
