Budismo
Budismo
“Pratiquem a bondade, não criem sofrimento e dirijam sua própria mente. Esta é a essência do Budismo.”
O Budismo é uma das religiões mundiais mais importantes, considerando-se o número de seguidores, distribuição geográfica e influência sócio-ecomonica.
Mais que uma religião, o budismo é um sistema ético e filosófico, que se estabeleceu no Japão mais ou menos em 575 a.C. e se espalhou pela Asia, ganhando características e se adaptando a cada região. No Brasil, o primeiro monge, Ibaragui Nissuri, chegou no início do século XX.
Classicamente ateísta quanto a existência de um Deus Supremo, dependendo dos ramos que abraça, pode assumir características teística ou panteísta.
Possui duas grandes categorias: Theravada e Mahayana. A primeira é um ramo mais antigo e significa pequeno veículo, pois é monástica. Já Mahayana, ou grande veículo, é o budismo para os leigos, da qual surgem muitos outros ramos como o Tedai, o Zem, o Vajrayana, o Nichiren, etc.
Foi criado por Sidarta Gautama (séc. VI a.C.), um hindu, considerado um avatar de Vishnu que sempre se intitulou como guia espiritual e não como um deus.
O budismo acredita na lei do karma, ou seja que ações do passado determinam as condições do agora e que nossas decisões de hoje determinarão as condições do futuro. O karma é uma lei de equilíbrio natural, e não um castigo a uma transgressão contra um deus onipotente, portanto não é necessário de um salvador. Para o budismo, vivemos em um ciclo de reencarnações chamado Samsara, e para que possamos nos livrar desse destino temos que atingir um estado de pureza chamado Nirvana.
Nirvana, palavra de origem no sânscrito, pode ser traduzida como “extinção” (cessação do sofrimento). Éuma experiência que não é ensinada, apenas percebida. Pode também ser compreendida como estado de eterna graça, ou superação do karma. É a última etapa a ser alcançada.
Outro pensamento do budismo é a noção de Maya, ou seja a natureza criativa e mágica da ilusão que tudo encobre. Da mesma forma que o hinduísmo, acredita-se que podemos encarnar em animais e a noção de pecado, diferentemente das religiões orientais, seria simplesmente a ignorância.
No budismo existem o que é chamado de três joias (também conhecidas como Três Tesouros, Três Refúgios ou Gema Tripla) que são: ter Buda como mestre, seguir seus ensinamentos ( o Dharma) e participar da comunidade budista, a Sangha.
São numeradas ainda, as quatro verdades nobres ou sagradas, os cinco comportamentos morais, os seis Paramitas (que pode ser entendido como “atravessar para outra margem”, transcender) e os oito caminhos ou Óctuplo (ou Oito Vias Nobres):
· Quatro verdades: 1) viver é sofrer (Dukka); 2) o sofrimento tem origem nos desejos humanos (Tanha); 3) é possível eliminar o sofrimento se forem eliminados os apegos e desejos; 4) para eliminar o sofrimento é necessário seguir o caminho óctuplo.
· Cinco comportamentos morais: 1) não maltratar seres vivos; 2) não roubar; 3) ter conduta sexual respeitosa; 4) não mentir ou caluniar; 5) evitar drogas e estimulantes.
· Seis Paramitas: 1) generosidade (Dana); 2) moralidade (Shila); 3) paciência (Kshanti); 4) diligência (Virua); 5) concentração (Samadhi); 6) sabedoria (Prajña).
· Óctuplo ( relacionadas a como se livrar da dor inerente a vida humana): 1) compreensão correta; 2) pensamento correto; 3) palavra; 4) ação; 5) modo de vida; 6) esforço; 7) atenção e 8) meditação.
O termo Buda é um título e significa aquele que sabe a verdade ou aquele que despertou. Dessa forma, existiram vários budas. O primeiro, mais brilhante e fundador da religião foi Sidarta Gautama há 2600 anos atrás.
“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos fazemos nosso mundo.”
Sidarta nasceu no Nepal. Filho de reis da dinastia Sokia, sua mãe Maya morreu sete dias após o parto. Esperava-se que ele se tornasse um líder político e guerreiro, mas ele apresentava uma tendência á meditação e ao pensamento espiritual. Vivia rodeado de luxo e beleza, e por vontade de seu pai casou-se cedo e teve um filho.
Em certa oportunidade saiu dos portões de seu reino e viu a miséria, a doença, a velhice e a morte, e ficou muito impressionado. Aos 29 anos deixou o palácio e títulos para iniciar uma profunda busca espiritual.
Juntou-se então a sacerdotes hindus dedicados a uma vida ascética ( com privações e disciplinas rígidas, mortificações e jejuns). Ficou com os monges por seis anos, até que abandonou essa vida ao chegar a conclusão que o correto seria o caminho do meio, entre o extremo ascetismo e o luxo da corte, pois ambos impedem a clareza de pensamento.
Embaixo de uma figueira (árvore de Bodhi) decidiu que ou alcançaria a iluminação ou morreria. Foi tentado por um demônio que ofereceu o nirvana em troca de não levar seu conhecimento a diante, e Sidarta não aceitou.
Aos quarenta anos se transformou em Buda, o iluminado. Começou ensinar o Dharma, ou seja, o caminho para o amadurecimento e libertação do sofrimento da vida. Teve muitos seguidores, inclusive sua esposa e filho. Continuou sua pregação no norte da Índia por mais quarenta anos, até sua morte. Nesse ponto, já era grande sua influência na Índia e 300 anos depois, essa influência já tinha rodeado grande parte da Ásia. Seus escritos foram registrados mais ou menos 400 anos depois de sua morte e a religião e filosofia que criou se tornou uma das mais importantes do mundo.
"Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente."
Natália Verdial