09/09/2015 20:09

 

Espiritismo

“Fora a caridade não há salvação”

O espiritismo foi criado na França em 1855, através de Hippolyte Léon Denizardi, mais conhecido como Allan Kardec. No Brasil surgiu também em meados do sec. XIX no Rio de Janeiro, Ceará Pernambuco e Bahia.

Um dos primeiros entusiastas brasileiros foi Bezerra de Menezes que acompanhou a obra curadora de João Gonçalves do Nascimento, mas o espiritismo ganhou popularidade no Brasil através de Francisco Cândido Xavier ou Xico Xavier, que escreveu muitas obras psicografadas, ou sejas, escritas por espíritos sábios desencarnados, utilizando as mãos do médium.

O espiritismo teve início com uma onda de manifestações mediúnicas nos EUA e na Europa, com ruídos e pancadas em móveis e objetos sem motivos aparententes que se moviam e flutuavam.

As manifestações eram chamadas de mesas girantes e se tornaram populares na época, até como diversão. A elas foram atribuidas como causa a ação de espíritos de pessoas mortas.

Kardec, que era bastante cético, analisou estas manifestações e acabou por se convencer da existência da intercambialidade entre vivos e mortos. Então começou a desenvolver um método para obter respostas mais elaboradas como relacionar o número de batidas a letras do alfabeto, o que resultou em respostas mais elaboradas, demonstrando uma forma de inteligência por detrás das manifestações.

Mais tarde, foram desenvolvidos diálogos mais complexos, estabelecidos por espíritos de desencarnados com auxilio de médiuns ( pessoas mais sensíveis, com habilidade de se fazer ferramenta para intercambialidades entre vivos e mortos).

Dessa forma, Kardec não cria um novo ensinamento, mas apenas ordena os ensinamentos que recebe dos espíritos superiores. O método utilizado para concretizar a doutrina espírita segue padrões ciêntificos, onde as mesmas perguntas foram repetidas a médiuns que não tinham contato entre si. As respostas que eram sistematicamente semelhantes criaram os livros da doutrina. Dessa forma, é uma doutrina que reune ciência, filosofia e religião.

As obras básicas da codificação são: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Uma das principais crenças é a imortalidade da alma, que através das reencarnações, evoluem, em um ciclo infinito e em direção a realidades cada vez mais agradáveis,  amorosas e harmônicas.

A diferença entre a reencarnação budista e a reencarnação espírita é que a primeira crê que a alma reencarna também em animais e plantas, e o espiritismo, apenas em humanos. Já em relação ao cristianismo tradicional, mesmo dizendo-se cristão, o espiritismo não aceita a natureza divina de Jesus, onde ele é apenas um espirito evoluído, que veio com uma missão importante para a humanidade.

É importante para a doutrina a caridade e a justiça igualitária  entre todos, assim todos são criados simples e ignorantes, destinados a perfeição, com um caminho mais ou menos longo de acordo com as escolhas do livre-arbítrio.

Acredita-se no espiritismo, que há apenas um deus, criador do universo e a Terra não é o único planeta com vida inteligente. Além de outros planetas, existem planos de realidade, como o umbral, (semelhante ao purgatório católico), as colônias espirituais ( onde vão as pessoas boas, mas não totalmente evoluidas) e os planos superiores (ondem vivem os espíritos mais elevados).

O espiritismo admite que o corpo físico se liga ao corpo espiritual através de um conectivo semi-material chamado perispírito e seus chacras que atravessam os corpos e são vórtices energéticos.

O espiritismo não tem sacerdotes ou rituais, não tem exorcismos, oferendas, culto a imagens, práticas mágicas, uso de alucinóginos, etc. É uma fé racionalizada que prega o livre-arbítrio e a lei do carma, ou seja, causa e consequência que ultrapassam o limite da vida e da morte e assim determinam a justiça daquilo que chamamos de destino.