Festa Junina

10/06/2015 22:09

Festa Junina

O termo “Festa Junina” tem duas explicações: uma diz respeito a época do ano em que ocorre, ou seja, durante o mês de junho, outra explicação é referente a  ser uma homenagem ao santo católico São João, sendo chamada inicialmente de Joanina.
Mas o surgimento dessa festa foi no período pré-gregoriano, com as celebrações pagãs originadas no norte europeu chamada Yule (no inverno) e Litha (no verão), que agregam símbolos das religiões tribais pré-Cristãs celtas, germânicas escandinavas e saxônicas. O termo Yule vem do escandinavo “círculo” e denomina a noite mais longa do ano (chamada de solstício de inverno). Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa e é celebrada no inverno, por volta de dia 21 de dezembro no hemisfério Norte (coincidindo com o Natal) e por volta do dia 21 de junho no hemisfério Sul, coincidindo com as festas juninas.
Com o advento do cristianismo, na idade média, a festa pagã em comemoração ao solstício de verão (dia mais longo do ano), foi absorvida como a celebração dos chamados Santos Populares, e trazida para o Brasil no nosso inverno. Dessa forma comemoramos com elementos das festas de inverno e de verão primitivas e cristianizadas. Além de São João, comemorado no dia 24, os outros são São Pedro no dia 29, e Santo Antônio no dia 13. Em Portugal, as festas dos três marcam o início das festas católicas por todo o país.
 
A festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial. Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  
 
Os negros e os índios que viviam no Brasil não tiveram dificuldades em se adaptar às festas juninas, pois são muito parecidas com as de suas culturas, assim aos poucos, as festas juninas foram sendo difundidas em todo o território do Brasil, mas foi no nordeste que se enraizou, tornando-se forte na nossa cultura. Nessa região, as comemorações são bem acirradas – duram um mês, e são realizados vários concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha.
 
Os principais elementos dessa festa tem explicação no passado remoto, como comemorar com fartura de comidas típicas, feitas com alimentos da última colheita; fogueiras que, de origem europeia, fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar os solstício; jogos de sortilégios pagãos que se traduziram como as simpatias para santo Antônio, para mulheres solteiras que querem se casar e ainda a quadrilha, que tem o seu nome originário uma dança de salão francesa para quatro pares, a quadrille, em voga na França entre o início do séc XIX e a Primeira Guerra Mundial, mas que representa a forma de festejar do povo campestre europeu, com suas roupas de festa (caipira), comemorando o casamento, seja no sentido literal ( casamento humano ), seja como símbolo da união de forças divinas abençoando o povo.

Essas celebrações são particularmente importantes no Norte da Europa —Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia —, mas também ocorrem em grande escala na Irlanda, em partes do Reino Unido (especialmente na Cornualha), França, Itália, Malta, Portugal, Espanha, Ucrânia, outras partes da Europa, e em outros países como Canadá, Estados Unidos, Porto Rico, Brasil e Austrália.
 
Natália Verdial