Gnosticismo
Gnosticismo
Gnosticismo é uma doutrina de um conjunto de seitas cristãs heterodoxias ( que contrariam os padrões), dos três primeiros séculos da era cristã, sendo considerada posteriormente como herética pela igreja romana.
O encontro das doutrinas do pensamento helenístico e de um judaísmo “alternativo” com a primeira teologia cristã levou a um sistema de pensamento que fundava a salvação do homem sobre a rejeição da matéria e um conhecimento superior (gnose) das coisas divinas.
O gnosticismo (ou gnosticismos, pois houveram várias escolas), professa um dualismo que identifica o mal com a matéria, sendo o bem a essência espiritual.
O sistema de pensamento filosófico-religioso da gnose se fundamenta em que a revelação interior leva ao conhecimento das coisas divinas, de forma intuitiva e transcendental, e esse conhecimento somente reservado aos iniciados. Ao entender os mistérios, o iniciado então é levado a salvação, que liberta o ser da ilusão da escuridão.
Os principais nomes do início do gnosticismo antigo foram Simão, o mago, Marcião (85d.C – 160d.C) e Basilides ( 120d. C – 145d.C). Os principais adversários foram Santo Irineu e Origenes.
Para os gnósticos, o homem possui uma essência imortal, que transcende a ele mesmo.
Uma das principais discordâncias do gnosticismo e do cristianismo tradicional é a interpretação da figura de Jesus. Para o gnóstico o corpo físico de Jesus não era real, só aparentava, e seu espírito teria descido somente por ocasião do batismo, tendo abandonando-o bem antes da crucificação, o que obviamente é uma ideia extremamente herética para a igreja católica.
A literatura utilizada são as obras apócrifas ( livros perdidos da Bíblia) do cristianismo antigo, desconsiderando as obras canônicas por considerá-las elaboradas para servir aos interesses dos primeiros padres da igreja romana.
A gnose cristã ressurgiu nos últimos 20 anos do século passado. Em sua totalidade, a gnose ocidental se divide principalmente, além da cristã, em hermética, alquímica, templários e franco-maçonaria.
Pode ainda ser relacionada ao movimento de Nova Era, pela sua abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior e emocional do divino. Seu reflexos encontram-se na teosofia, na magia, no ocultismo e no iluminismo.
Natália Verdial