Hermetismo - Caibalion

08/01/2021 21:50

Hermetismo – Caibalion

 

 

Existem poucos escritos sobre o hermetismo, apesar das inúmeras referências. Nenhum fragmento de conhecimento oculto foi tão zelosamente guardado, como os preceitos herméticos, que tiveram seu autor o próprio Hermes Trismegisto (significa três vezes grande).

 

Segundo a versão mais antiga, Hermes viveu no Egito antigo e foi contemporâneo de Abraão, se tornando o pilar central de todo conhecimento ocultista.

Em sua época, muitos mestres avançados se dirigiram para o Egito para se prostrarem aos pés do mestre Hermes e dele obtiveram a chave-mestra que explicava e reconciliava seus diferentes pontos de vistas e assim a doutrina secreta se consolidou. Os mestres e sábios o consideraram então “o mestre dos mestres”.

 

O termo três vezes grande se refere as três partes da filosofia universal, que são: a alquimia (o poder de transmutar), a astrologia (linguagem que une o céu aos homens) e a telurgia (o trato mágico com os Deuses).

 

Depois desse tempo, diz a lenda, que sempre um punhado de homens, guardaram a obra de Hermes, e ele, em tempos posteriores, foi tido como o próprio Deus Thoth (egípcio) e depois o Deus Mercúrio.

 

A respeito da alquimia, além de originar a química que conhecemos hoje, mais do que falar em transmutação de metal em metal, significa dentro do ocultismo, a transmutação mental:

 

A mente (tão bem como os metais e os elementos), pode ser transmutada, de estado em estado, de grau em grau, de polo em polo, de vibração em vibração. A verdadeira transmutação hermética é uma arte mental. É a capacidade de elevar pontos de vista, em meio a adversidade emocional.

 

A base do hermetismo é chamada de Caibalion e são sete princípios, dos quais nada escapa (de onde vem o termo “hermético”, utilizado até hoje). São eles:

  • Mentalismo: O Todo é mente. O Todo é a infinita mente vivente e o Universo é mental e está dentro do Todo.

 

  • Correspondência: o que está em baixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está embaixo;

 

  • Vibração: nada está parado, tudo se move e tudo vibra;

 

  • Polaridade: tudo é duplo, tem polos, tem oposto, o igual e o desigual são a mesma coisa, os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau. Os extremos se tocam, todas as verdades são meias verdades, todos os paradoxos podem ser reconciliados;

 

  • Ritmo: tudo tem fluxo e refluxo. Tudo se manifesta por oscilações compensadas, o ritmo é a compensação;

 

  • Causa e efeito: toda causa tem um efeito, todo efeito tem uma causa;
 
  • Gênero: o gênero está em tudo, tudo tem seu princípio masculino e feminino. O gênero se manifesta em todos os planos.

 

Percussores das ciências modernas como Newton e Paracelso estudaram o que restou da obra de Hermes e as bases de seu conhecimento influenciaram e influenciam grandes nomes da ciência e do ocultismo até hoje, aparecendo obras, hora mais, hora menos confusas, inspiradas no ser mítico que Hermes representa.

 

De qualquer forma, acha bastante improvável que alguém pretenda se embrenhar nas ciências ocultas, sem conhecer e meditar profundamente nesses sete pilares estruturais da realidade que Hermes nos deixou.

 

 

Natália Verdial