História da Astrologia

20/06/2017 21:29

 

 

“O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que esta em cima, para cumprir os milagres de uma só coisa.”

 

A observação do movimento do Sol, da Lua e dos planetas visíveis sempre esteve presente na história da humanidade, desde os tempos mais remotos. A arqueologia já constatou que há ossos de 23000 anos com marcas que aparentemente são registros planetários.

As tribos, mais pra frente, começaram a trabalhar na terra, desenvolvendo a agricultura e com isso a observação do céu passou a ser de extrema importância como ferramenta para o plantio.

O início oficial, no entanto, remonta o século 16 a.C., pelos babilônicos, que começaram a fazer  a correlação entre eventos celestes e eventos da Terra. Além dos babilônicos, outros povos que também viviam na Mesopotâmia (hoje Iraque)  como os caldeus, os sumerianos, e os assírios entre outros também partilhavam de saberes semelhantes.

Já nessa época, o círculo zodiacal tinha 360 graus, semelhante ao nosso e já haviam os cálculos das efemérides (tábuas com dados astrológicos).

Do século 7 ao 4  a.C. criou-se o conceito de astrologia, ou seja, horóscopos individuais, ainda que seu caráter fosse  decisivo e não como tendências considerando o livre-arbítrio.

Outras astrologias eram desenvolvidas pelo mundo, como a indiana, a persa e a egípcia.  Do Egito, com uma  astrologia que tinha uma história de 2000, vieram os decanatos e as correlações com as partes do corpo.

Do Egito também veio o conhecimento do mítico Hermes Trimegisto,” Três vezes Grande”, o “Sábio dos Sábios”, que postulou  os princípios universais do Hermetismo, e entre eles o citado no início do texto.

Quando a Grécia conquistou a Mesopotâmia em 331 a.C, todo conhecimento astrológico ganhou  espaço na nova civilização. Em Alexandria, no Egito, foi criada uma grande biblioteca que concentrava todo conhecimento dos povos antigos. Foram desenvolvidos o conceito de ascendente, meio do céu, casas, regentes, aspectos e técnicas preditivas.

No Império Grego e depois no Império Romano a astrologia floresceu através dos grandes pensadores  como Aristóteles com a divisão em elementos (fogo, terra, ar e água), Hiparco com a precessão dos equinócios e ponto vernal e Ptolomeu que fez o  primeiro tratado científico de astrologia, o Tetrabiblos. Além é claro da grande contribuição da mitologia, com arquétipos que casavam perfeitamente com todo o conteúdo astrológico anterior.

Em 395 d.C, com o colapso do Império Romano ocidental, todo conhecimento sobreviveu na parte oriental, já que na Europa se instaurou a Idade Média que a considerava superstição e a condenou como heresia. Bagdá então era o centro de astrologia.

Mais de 600 anos depois, a astrologia renasceu na Europa, e por 500 anos permaneceu viva, sendo matéria obrigatória nas universidade de medicina. Era ensinada a ciência dos movimentos celestes – astronomia e a ciência dos julgamentos – astrologia. Até o apoio do papado tinha.

Até que Descartes com seu modelo de entender o mundo pelo racionalismo (modo de pensar que atribui valor somente à razão, ao pensamento lógico), fez com que a ciência milenar caísse em descredito. Em 1666 foi proibida na França e houve a cisão entre a astronomia e a astrologia. Ela então era praticada de forma velada.

Mas na Inglaterra sobreviveu e, em 1930 começaram pela primeira vez, produzir  jornais que continham horóscopos.

Hoje a astrologia possui um refinamento de técnicas, e por influência de grandes astrólogos modernos como Charles Carter, pai da astrologia psicológica, acaba por ser mais orientada para a leitura psicológica, em detrimento a astrologia orientada aos eventos. Surge então a astrologia humanista cuja meta é o autoconhecimento. Finalmente, ganha novos ares com a psicanálise de Jung, com a visão de arquétipos e sincronicidades, que acabam por explicar de forma racional, aquilo que até então era observado apenas de forma intuitiva e experimental.