História do nosso Calendário

10/01/2021 16:52

História do nosso calendário

 

 

Nosso calendário é chamado Gregoriano, nome do Papa que o promulgou: Papa gregório XIII, em 24/02/1582. Leva em conta o ano 0, como nascimento de Cristo, e considera o ciclo solar como estrutura de tempo.

Levou cerca de três séculos para ter aderência no mundo, já que países anglicanos e luteranos não o adotaram de pronto. De qualquer forma, o calendário Gregoriano tem origem europeia e por isso foi espalhado por todo lugar onde a influência de dominação desse continente pôde chegar.

Ele substituiu o calendário Juliano, implantado por Júlio César em 01/01/45 a.C., que por sua vez, se originou da reforma de outro mais antigo, chamado de romano, em homenagem ao mítico fundador de Roma, Romulo, em 753 a.C., que tinha 10 meses, sendo março o primeiro mês e 304 dias no ano.

Na época de Júlio César, foi observado que, por causa do calendário romano ter defeitos astronômicos, festas típicas de uma estações estavam sendo comemoradas em outras, então, com base no calendário egípcio, em vigor na época, houve uma reforma no calendário romano.

Assim como o calendário egípcio (estabelecido mais ou menos à 2800 anos a.C,),  o Juliano passou a considerar 365 dias, com anos bissextos para corrigir a diferença em horas que ocorre todo ano, em relação ao ciclo do Sol. Assim, esse calendário se ajustava as estações do ano.

Para isso, foi necessário colocar no ano mais dois meses, janeiro e fevereiro, onde março continuava a marcar o equinócio.

O calendário Juliano continua sendo utilizado até hoje por cristãos ortodoxos em alguns países como a Rússia e a Sérvia, e está sempre 13 dias atrás do Gregoriano.

Quando Jesus nasceu e viveu, era o calendário Juliano que vigorava. Na Idade média então, o Papa Gregório implementou seu novo calendário, com base no nascimento de Cristo, porém os nomes dos meses continuaram a ser baseados na cultura romana anterior ao cristianismo.

O primeiro dia oficial do Gregoriano foi 15/10/1582. No formato que está até hoje, apresenta alguns defeitos astronômicos, como a não adequação exata das semanas ao mês e meses irregulares quanto aos dias de duração.

O nome dos meses e seus significados pagãos:

  • Janeiro: em homenagem a Jano, Deus das duas faces, protetor das entradas e saídas;
  • Fevereiro: em homenagem a Februária, festival romano que eram feitos sacrifícios aos mortos.
  • Março: dedicado a Marte, o Deus da guerra;
  • Abril: de Apro, Deusa etrusca, sincretizada como a deusa Vênus;
  • Maio: dedicada a Deusa Maia, mãe de Mercúrio, relativa ao crescimento das plantas;
  • Junho; em homenagem a Deusa Juno, protetora dos casamentos, partos e esposas;
  • Julho: o antigo nome do mês era Quintilis, mas foi rebatizado em homenagem a Júlio César;
  • Agosto: em homenagem a Augusto, primeiro imperador, antes chamava-se Sextilis;
  • Setembro: significa sétimo mês, como no antigo calendário romano;
  • Outubro: significa oitavo mês, como no antigo calendário romano;
  • Novembro: significa o nono mês, como no antigo calendário romano;
  • Dezembro: significa décimo mês, como no antigo calendário romano.

Hoje, temos no mundo, pelo menos 7 calendários diferentes sendo utilizados, são eles:

  • Gregoriano
  • Juliano
  • Etíope: o ano começa no dia 11 de setembro e o dia começa ao amanhecer, e não a meia-noite;
  • Chinês: é o mais antigo, remonta a 2697 -2597 a.C. Ele é lunisolar, ou seja, considera o ciclo da Lua e do Sol. Além disso, conta o tempo de 12 em 12 anos, onde cada ano é representado por um animal (o que origina o horóscopo chinês).
  • Judaico: também é lunisolar, com ciclos de 12 a 13 meses. É utilizado em Israel a mais de 3000 anos, e se origina do Êxodo, mais ou menos 1447 a.C.
  • Islâmico: criado em 633 d.C., marca a fuga do profeta Maomé de Meca para Medina. Tem cunho religioso, principalmente para os mulçumanos ortodoxos. É lunar, tem 12 meses e seu ano é de 354 a 355 dias.
  • Juche: utilizado na Coréia do Norte, começa em 1912, ano de nascimento do 1° ditador Kin II. Marca o tempo de forma semelhante ao Gregoriano.

Diante de tudo isso, podemos refletir que o que é cotidiano na nossa moderna vida, tem uma origem tão longínqua, como no caso do calendário Gregoriano, vindo com cargas históricas do tempo mítico de Romulo, que faz com que a realidade seja muito mais interessante do que parece em uma simples análise.

 

Natália Verdial