I-Ching ou Livro das Mutações

09/03/2016 15:05

 

Na China antiga (cerca de 5000 anos atrás), haviam textos, talvez os mais antigos ainda restantes, atribuídos ao mítico Fu Hsi, chamados simplesmente de “I “ que significa mutações. Com o passar do tempo, e para manter a essência dos significados dos ideogramas, foram sendo adicionados a eles, comentários explicativos feitos pelos sábios.

Por volta de séc. VI a.C, o famoso Confúcio adicionou seus importantes comentários ( Dez Asas) e modificou o nome, preservando o “I” e acrescentando “Ching” que significa clássico.

O I-Ching talvez seja uma das mais importantes obras do mundo e provavelmente a mais antiga, competindo com textos hindus e com o antigo testamento. Contribuiu de forma direta para o Confucionismo, xintoísmo e taoísmo.

É baseado na ideia de equilíbrio e mutação feita pelas forças cósmicas, e composto a partir da combinação de 8 trigramas formados por linhas: continuas ( firmes e impares) e linhas partidas (maleáveis e pares).

Cada um desses trigramas (três linhas) representam 8 imagens do todo ou 8 inconstantes que passam de um para outro de forma continua, assim como os processos da natureza.

O firme se modifica como o que se funde, transformando-se em maleável. O maleável muda se concentrando e se torna firme.

Os trigramas tem cada um, uma imagem, um nome, um atributo  e uma função  familiar:

 

 

Imagem

Nome

Atributo

Função Familiar

Céu

Chi’ien – criativo

Forte

Pai

Terra

K’um – receptivo

Maleável

Mãe

Trovão

Chên – incitar

Provoca movimento

Primeiro filho

Água

K’na – abismal

Perigoso

Segundo filho

Montanha

Kên - quietude

Repouso

Terceiro filho

Vento

Sun – suavidade

Penetrante

Primeira filha

Fogo

Li – adevir

Luminoso

Segunda filha

Lago

Tui - alegria

jovial

Terceira filha

 

A combinação dos 8 trigramas formam os 64 hexagramas ( Kua ou signo), que representam estados essenciais da natureza e do universo. No livro são acompanhados com um julgamento e demais textos explicativos. O I-Ching se constitui portanto de imagens que são reproduções do céu e da terra.

O texto pode ser usado tanto como livro da sabedoria, conduzindo ao autoconhecimento ou como oráculo. Inicialmente usava-se varetas para tirar a sequência das linhas, mas com o tempo o uso de moedas foi substituindo as varetas principalmente por ser mais prático.

Usa-se então três moedas cuja face representa yin e com numeração dois, e coroa que representa yang com numeração de três. Joga-se seis vezes para formar as seis linhas. As possibilidades são:

·        Todas yang (3 x 3) = 9

·        Todas yin (2 x 3) = 6

·        2 yang e uma yin (2 x 3 + 2) = 8

·        2 yin e uma yang (2x 2 + 3) = 7

Monta-se então o hexagrama e lê-se o resultado nos textos, que considera como dois trigramas sobrepostos. Lê-se a situação e escolhe-se o caminho.

 

Natália Verdial

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