Minha Cosmologia
Minha Cosmologia
1. O Lastro Espiritual de um Mundo
Cada planeta é um campo de experiências espirituais. Ao longo de milênios, as almas encarnadas em mundos como a Terra traçam caminhos que desafiam a dualidade, transcendem o sofrimento e se elevam em direção à luz.
Quando há consciências que atingem a iluminação, algo grandioso acontece: o conjunto de memórias, escolhas, virtudes e compreensões dessas almas (o psiquismo que elas trazem) se transforma em um projeto psíquico com o caminho vencedor que elas tiveram, e é entregue ao Cosmo — um lastro espiritual.
Esse lastro não desaparece. Ele é ofertado ao cosmos como uma espécie de molde arquetípico vitorioso, o qual guarda a essência de tudo que foi superado, aprendido e transmutado naquele mundo, até aqueles psiquismos vencedores.
2. A Entrega ao Plano Divino
Ao alcançar a iluminação, essas almas se libertam da roda das encarnações e seguem rumo a um plano divino ainda inacessível à mente humana — um campo de consciência pura. Porém, antes disso, elas deixam para trás seu caminho psíquico que o universo armazena em seu campo mais sutil, como se fosse uma fotografia vibracional da vitória espiritual daquela pessoa.
3. O Big Bang como Reprodução Espiritual
Em outra região do cosmos, um novo universo nasce. Este nascimento, que a ciência chama de Big Bang, não é um evento aleatório. Ele é uma resposta do cosmos à maturidade espiritual de outro sistema.
Nos primeiros segundos desse novo Big Bang, surgem as micropartículas, resultantes da massa que vem do sistema velho se transformando ao passar pelo buraco negro para o sistema novo, que darão origem ao espaço e à matéria do novo sistema. Essas partículas, sensíveis ao psiquismo (como já demonstrado em experimentos quânticos, onde o psiquismo humano influência o comportamento das micropartículas), recebem o molde psíquico herdado e passam a se agrupar conforme ele, como se obedecessem inconscientemente ao projeto espiritual que lhes deu origem. À medida que essas micropartículas se unem, formam-se sistemas solares, planetas e estrelas.
5. O Papel dos Buracos Negros
Quando um sistema espiritual se exaure — por fechamento natural de ciclo — ele gera um buraco negro. No centro desses buracos, o tempo e o espaço são puxados, e o tempo tende a zero. A ciência sabe que a matéria é sugada e desaparece, mas o que poucos percebem é que ali há uma dobra no espaço-tempo (feita de tempo zero) uma ponte entre lugares do espaço — o que chamamos de buraco de minhoca.
Ao sugar a essência de um velho universo, o buraco negro canaliza essa energia para outro ponto do Cosmos, onde o tempo também tende a zero, porque é o vazio absoluto. Nesse local, o projeto psíquico semeado dá origem a uma nova explosão criadora.
6. O Cosmos como Árvore Espiritual
Assim, o universo não é apenas expansão de energia: é crescimento espiritual em escala cósmica. Cada ser que desperta espiritualmente dá origem, direta ou indiretamente, a novos mundos. Cada Big Bang é um nascimento sagrado, e cada sistema planetário é um livro vivo, escrito com as experiências das almas que ascenderam antes.
A realidade não está apenas se expandindo — está se aprimorando espiritualmente, camada por camada, vida após vida, universo após universo.
7. A Mitologia como Memória Viva dos Deuses Anteriores
Se, um dia, nesse novo sistema planetário, surgirem formas de vida conscientes — humanoides ou não —, eles inevitavelmente buscarão respostas para sua origem, seu propósito, seus deuses.
E é aqui que o ciclo se fecha com perfeição espiritual: as mitologias que surgirem nesse novo mundo não serão inventadas ao acaso — serão ressonâncias psíquicas do lastro espiritual que o originou.
Aquelas almas iluminadas, que já habitam o plano divino, serão percebidas como arquétipos, deuses, heróis e entidades tutelares. Não porque escolheram isso, mas porque sua história espiritual está gravada nas estruturas invisíveis do universo recém-nascido. A memória cósmica do que elas viveram será transmitida por campos sutis que influenciam os sonhos, os símbolos, a arte, a religião e os mitos daquele novo mundo.
Assim, o novo sistema herdará, de forma simbólica, as narrativas mais puras da trajetória de iluminação do sistema anterior. O que aqui foram memórias, lutas e superações, lá serão lendas sagradas, mitos fundadores, e figuras divinas que inspirarão o novo ciclo espiritual.
8. Criação dos Deuses
Dessa forma, acredito que para nós aqui na Terra, temos Deuses, que outrora foram humanoides que transcenderam em um outro lugar do espaço, o que faria o caminho de cima para baixo, deles em relação a nós, sendo eles parte do projeto de construção do próprio Sistema Solar.
Por outro lado, aqui podemos transcender e fazer o caminho oposto, de nós para o espaço, sendo nós os Deuses de novos sistemas.
9. Um grande Deus supremo
Se os deuses são seres humanoides que transcenderam e foram viver com suas almas no plano de Deuses, há um Deus primordial, inicial, a energia antes de qualquer divisão, que tem uma alma nesse plano divino. Nesse caso, esse Deus primordial é de fato o mais elevado, diferenciado, e difícil nomeá-lo, especialmente porque tem que ser um nome, nem masculino, nem feminino, nem yin, nem yang. Talvez seja o Deus que falava a Moisés como o inominável, e sem um formato, porque ele é o próprio Cosmo, que eles chamaram de IHVH, impronunciável.
Conclusão: Um Universo que Lembra
O universo é uma escola infinita de almas. Mas também é uma mente cósmica que lembra. Nada que é vivido com plenitude espiritual se perde. Tudo que é verdadeiramente transformado se torna semente — e toda semente, um dia, florescerá em outro solo.
Essa teoria é única porque:
- Dá sentido espiritual à cosmologia física, coisa que nem a ciência nem a religião tradicional conseguem fazer completamente.
- Conecta o destino individual ao cósmico, dando importância à vida e às escolhas humanas dentro de um panorama universal.
- Reinterpreta os buracos negros não como fim, mas como passagens sagradas.
- Faz com que planetas sejam deuses e almas sejam arquitetas do universo.
Análise Conceitual
1. Estrutura filosófica: Minha cosmologia parte de uma visão espiritual evolucionista e integrativa. Ela vê o universo como um sistema orgânico em constante crescimento, em que a evolução espiritual das consciências influencia diretamente a estrutura do cosmos físico. É uma cosmologia teleológica (com propósito) que une espiritualidade, física teórica, mitologia e psicologia arquetípica.
2. Eixos principais da minha cosmologia:
- O psiquismo como força estruturante da realidade (micro e macrocosmo);
- A espiritualidade como motor evolutivo do universo;
- A memória cósmica como fundamento das mitologias e arquétipos;
- A interdependência entre ciclos universais e buracos negros como mecanismos de renascimento cósmico;
- Deuses como consciências transcendidas que participam da construção de novos mundos.
3. Pontos de destaque originais:
- A noção do “lastro espiritual” como herança vibracional de um mundo vencido pela luz.
- A concepção do Big Bang como resposta espiritual e não mero acaso físico.
- A ideia das mitologias como ressonâncias psíquicas herdadas de outros mundos lembra Carl Jung (inconsciente coletivo), mas aplicada a uma escala cósmica.
- A noção de deuses como humanos transcendidos em outros sistemas remete à Teosofia e ao Hermetismo, mas com uma engenharia cósmica mais explícita.
Pode ser classificada como:
1. Cosmologia Espiritual Evolutiva
Trata-se de uma visão em que o universo está em constante processo de aprimoramento espiritual, onde cada ciclo gera sementes para novos sistemas, ancorados em experiências vividas por almas encarnadas.
2. Cosmogonia Arquetípica-Memética
A origem dos mundos novos se dá por campos psíquicos herdados — moldes arquetípicos gravados no inconsciente cósmico. A criação não é ex nihilo (do nada), mas sim ex memoria (a partir da memória espiritual).
3. Modelo Espiritual Pós-Teosófico
- Há influência de tradições como a Teosofia, o Hermetismo, o Espiritismo e correntes gnósticas, mais é mais simbólica e cosmobiológica, e se distingue por:
- Inserir o papel dos buracos negros como úteros cósmicos,
- Trazer um ciclo mais claro de transformação – memória – projeção,
- Postular um Deus Primordial que não cria, mas é o próprio Cosmos autoconsciente.
4. Espiritualismo Transcendental Cíclico
O ciclo da alma e do universo se retroalimenta: as almas geram novas estruturas de realidade, que por sua vez geram novas almas. É um espiritualismo não fixo nem dogmático, mas dinâmico e escalonado em estágios de realização.
Pontes com outras Tradições
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Minha Cosmologia |
Equivalente / Paralelo |
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Lastro espiritual |
Akasha (hinduísmo) – Registros Akáshicos (teosofia) |
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Big Bang espiritual |
Emanações da Cabala; Ciclos de Kalpas (hinduísmo) |
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Buraco negro como canal criador |
Buracos de minhoca espirituais (correntes da física especulativa mística) |
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Mitologias como memórias divinas |
Inconsciente coletivo (Jung); Arquétipos espirituais (Rudolf Steiner) |
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Deus inominável |
IHVH, Tao, Ein Sof, O Todo (hermetismo) |
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Humanos que se tornam Deuses |
Apoteose, Bodhisattvas, Deidificação cristã mística |
Conclusão:
É um sistema fechado coerente, mas aberto à expansão. É também uma cosmologia criadora de sentido — responde ao “de onde viemos, para onde vamos e por quê”.
É uma cosmologia espiritual integradora, arquetípica, cíclica e mnemônica. Ela poderia ser classificada como Cosmognose Evolutiva — o conhecimento do cosmos como um ser espiritual que aprende, se lembra e cria a partir de sua própria transcendência. Com uma mitologia de origem e destino profunda e coerente.

