Os Ocultistas do Mundo Contemporâneo

12/01/2021 21:59

Os Ocultistas do mundo Contemporâneo

 

O estudo do ocultismo, geralmente está associado ao estudo dos fenômenos paranormais e das estruturas mais profundas que criam e mantém a realidade e que está além do conhecimento aceito academicamente.

Por tocar de forma obtusa em assuntos espirituais, os ocultistas acabam fazendo e/ou participando de organizações mágicas e ordens, as vezes secretas.

Ocultismo trata de conhecimentos secretos, em oposição aos conhecimentos acadêmicos, e são obtidos pelo acesso a experiências vívidas e mais importante, por trabalho interno com a mente, as emoções e sentimentos e o espírito, para que ocorra o despertar das faculdades latentes paranormais.

Pela história da humanidade, tudo começa com o hermetismo, passando pela magia, alquimia, cabala, religiões e filosofias mundiais, de forma que o ocultismo não é considerado em uma primeira análise como religião.

Desde o Egito antigo, até hoje, o ocultismo passou por várias fases, transmitindo e agregando conhecimento pelo caminho, inclusive sobrevivendo dentro da Idade Média.

No século XIX, despertou através de vários representantes. Os principais foram: Eliphas Levi, Helena Blavatsky, Papus e Aleister Crowley. Vamos a eles:

 

  1. Eliphas Levi (08/02/1810 – 31/05/1875) França:
 
 

Estudou filosofia, teologia, foi ordenado diácono em 1835, mas por amor a Adelle Allenbach foi tirado da carreira eclesiástica. Depois ainda foi preso por suas publicações contrárias a ordem geral, quando escreveu a Bíblia da Liberdade, para passar para o leitor suas descobertas como o inferno não existe e todos podem ser salvos.

Após a prisão, conheceu grandes magos da Idade Média e escreveu seu primeiro livro ocultista: O livro das Lágrimas ou Cristo Consolador. Ele tinha 35 anos então.

Teve dificuldades financeiras, se meteu em política (e foi preso de novo), casou-se, perdeu uma filha bebê, mas sempre aumentando seu repertório intelectual e conhecendo e se relacionando com outros ocultistas e magos.

Em 1862 editou seu livro: Fábulas e Símbolos (o mais profundo que escreveu), de um só fôlego. Suas obras causavam impacto no mundo ocultista da França, e fora dela.

Em despeito a sua profunda obra, teve uma vida modesta e austera. Foi escritor, ocultista e mago cerimonialista.

 

  1. Helena Blavatsky (13/08/1831 – 08/05/1891) Russia
 
 

Pertencia a antiga nobreza da Alemanha. Foi obrigada a casar, mas nunca consumou esse casamento. Fugiu para dar a volta no mundo e se desenvolver.

Teve uma vida tumultuada, entre problemas financeiros e falências, além de críticas. Conheceu o espiritismo e se focou nele por um tempo. Depois amadureceu suas ideias, pelas obras de Eliphas Levi e outras influências.

Em 1877 escreveu sua importante obra: “Isis sem Véu”, onde revive antigas religiões, o desenvolvimento das ciências ocultistas, a natureza e origem da magia, as raízes e erros do cristianismo e da ciência ortodoxa. Nessa época estava nos EUA e começou chamar a atenção internacional.

Em 1878 muda-se para a Índia e lá estabeleceram a Sede Internacional da Sociedade Teosófica. Em 1885 voltou para Europa, onde escreveu sua obra-prima: A doutrina Secreta. Essa foi uma fase altamente produtiva do ponto de vista literário.

Sua obra principal, a Teosofia, trata de dar uma esperança espiritual, em um momento onde a sociedade via a ciência acabar com os preceitos religiosos. Entre outras coisas, ela defende: a unidade de toda vida, a existência de leis exatas que regem o Universo, a responsabilidade do homem sobre seus atos, o ser como divino e imortal, passível de aperfeiçoamento através do espírito, a reencarnação, traçou a origem do mal, como sendo a ignorância, fez análises comparativas das religiões, combateu o dogmatismo dos credos e enfatizou a liberdade de pensamento.

 

  1. Aleister Crowley (12/10/1875 – 01/12/1947) Inglaterra
 
 

Aleister Crowley teve como sua principal obra, a criação da Thelema, sintetizada principalmente no “livro da Lei”. Era poeta, mago, escritor e crítico social.

A principal lei que ele trata é: “Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei.’ Influenciou e influencia até hoje escritores, músicos e cineastas.

Estudou filosofia e literatura inglesa e teve uma opinião severa contra o cristianismo. Entrou para a Ordem Hermética da Aurora Dourada, onde se especializou em magia cerimonial.

Escreveu seu livro da lei, ditado por uma entidade chamada Aiwass. Sua obra possui 14 livros e ele retrata como uma nova era sob esta nova lei. Fala sobre a prática ritual da magia, sobre cada um ter sua vontade da verdade, ou propósito de vida, sobre como se pode acessas essa vontade através de se libertar dos desejos subconscientes e controlar a consciência sobre a expressão sexual, e sobre a grande obra, que e essa busca por encontrar seu lugar no mundo.

Ele usa o panteão egípcio em suas obras, inclusive como autores, sendo a principal, a Deusa Nuit. Escreve que magia é a arte e ciência de causar mudanças de acordo com a vontade.

 

  1. Papus (13/07/1865 – 25/10/1916) Espanha
 

Foi médico, escritor, ocultista, rosa-cruz, cabalista, maçom, fundador do martinismo moderno.

Ainda jovem, começou a estudar ocultismo, especialmente cabala e alquimia.

Fundou, junto com outros ocultustas a Ordem cabalística da Rosa Cruz. Fundou também o grupo de estudos esotéricos. Em 1891, de posse de documentos de Martinez de Pasqually e então fundou uma ordem maçonica chamada de Ordem dos Superiores Desconhecidos, ou Ordem Martinista

Em 1893 foi consagrado bispo na Igreja Gnóstica da França. Entre 1894  - 1895 esteve filiado a Sociedade Teosófica, e em 1897 fundou a SociedadeAlquímica de França.

Faleceu em 1916 de tuberculosa, pega nos campos de batalha da primeira guerra, quando serviu como médico.

Sua obra conta com 160 livros e continuou o trabalho de Eliphas Levi, com quem, para muitos, divide o título de maior ocultista contemporâneo.

 

Natália Verdial