Sumérios

18/08/2019 11:44

Sumérios

A civilização Sumeriana é citada na Bíblia como Sinar, e é considerada a mais antiga civilização na região sul da Mesopotâmia, atual Iraque. Acredita-se que pertencessem a uma etnia vizinha da dos egípcios. Sua história compreende desde seu desenvolvimento primitivo em 5000 a.C. até 1595 a.C. quando foi extinta por invasões hititas.

Sua origem e história ainda são pouco conhecidas. Sabe-se que no final do período neolítico, os povos sumerianos, vindos do planalto do Irã, fixaram-se no sul da Mesopotâmia. No terceiro milênio a.C., haviam criado pelo menos doze cidades-estados autônomas: 

Ur, Eridu, Lagaxe, Uma,, Adabe, Quis, Sipar, Laraque, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Em geral eram cidades templos.

Suas cidades eram muradas, cada uma tinha sua divindade própria e seu rei chamado “Patésis”. Quando o rei morria, enterravam junto suas jóias, sua viúva e seus servidores.

Ao redor dos muros ficavam os camponeses e escravos. Eles cultivavam pepinos, cebolas, legumes, trigo e criavam: bois, porcos e cabras.

A sociedade era formada pelo Patésis, sumo-sacerdotes, chefes militares absolutos, aristocracia (burocratas e sacerdotes) e a população que pagavam tributos, além de escravos. Segundo a religião os deuses se limitavam a conversar com os soberanos. Junto com os templos das cidades, homenageando o seu deus patrono, não raramente eram erguidos zigurates— pirâmides de tijolos maciços cozidos ao sol — que serviam de santuários e acesso aos deuses quando desciam até seu povo ( ! ).

 Os sumérios estabeleceram relações comerciais com vários povos da costa do Mediterrâneo e do Vale do Indo. A Epopéia de Gilgamesh refere-se ao comércio, com terras longínquas, de mercadorias como madeira. Eles faziam cerâmicas com tintura a óleo, seus pedreiros e ourives faziam uso de marfin, ouro, prata, galena e lápis-lazúli.

Os sumérios mantinham uma produção de cevada, grão de bico, lentilha, ervilha, milhete, trigo, nabo, tâmara, cebola, alho, alface, alho-poró e mostarda. Eles também criavam bovinos, carneiros e cabras e porco. Além disso usavam bois como opção principal no trabalho de carga e burros como animal de transporte. Os sumérios pescavam peixes e caçavam aves selvagens ao longo do rio. A comida geralmente era abundante. A agricultura suméria dependia muito da irrigação, sendo efetuada através do uso de canais, barragens, diques e reservatórios.

Entre as principais figuras mitológicas adoradas pelos sumérios, é possível citar An, deus do céu; Nammu, a deusa-mãe; Inana, a deusa do amor e da guerra (equivalente à deusa Ishtar dos acadianos); e Enlil, o deus do vento.

Os Anunnaki ( "aqueles que vieram do céu" ) são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas.

Segundo a tradição suméria, os deuses criaram o ser humano a partir do barro com o propósito de serem servidos por suas novas criaturas. Quando estavam zangados ou frustrados, os deuses expressavam seus sentimentos através de terremotos ou catástrofes naturais: a essência primordial da religião suméria baseava-se, portanto, na crença de que toda a humanidade estava à mercê dos deuses. Recentemente historiadores descobriram que a tão controversa figura Lilith, denominada na Bíblia  Judaica (Talmud) como a primeira mulher de Adão, foi uma Deusa sumeriana, considerada a Rainha dos Céus.

Os sumérios acreditavam que o universo consistia num disco plano fechado por uma cúpula de latão. Já a vida após a morte envolvia uma descida ao vil submundo, onde se passava a eternidade numa existencia deplorável, em uma espécie de inferno.

Fazem parte de suas invenções o sistema sexagenal. Criaram sistema de medidas de capacidade, de superfície e de pesos. Possuíam réguas graduadas. E dividiram os dias em 24 horas iguais: 12 Danna (horas duplas). Na farmácia, usava-se substancias vegetais, animais e minerais. Laxantes, purgantes e diuréticos formavam a maioria dos remédios daquele povo  Determinadas cirurgia também eram postas em prática. Os sumérios explicavam a doenças como uma consequência do aprisionamento, e consequente tentativa de escape, de um demônio dentro do corpo humano.

Os sumérios são geralmente considerados os inventores da astronomia, o estudo da observação dos astros. Nas ruínas das cidades sumérias escavadas por arqueólogos desde o princípio do século XX, foram encontradas muitas centenas de inscrições e textos deste povo sobre suas observações celestes. Entre estas inscrições existem listas específicas de constelaçõese posicionamento de planetas no espaço, bem como informações e manuais de observação.

A língua suméria é uma lingua isolada, o que significa que não está diretamente relacionada a nenhuma outra lingua conhecida. Credita-se aos sumérios a invenção do sistema cuneiforme de escrita (caracteres em forma de cunha), que foi utilizada por toda a Mesopotâmia e povos vizinhos.  A escrita suméria está grafada em cuneiforme e é a mais antiga língua humana escrita conhecida, pré-datando os hieróglifos egípcios em pelo menos 75 anos. Os tipos de textos sumérios conhecidos incluem cartas pessoais e de negócios e/ou transações comerciais, receitas, vocabulários, leis, hinos e rezas, encantamentos de magia e textos científicos incluindo matemática, astronomia e medicina.

A invenção da escrita possibilitou aos sumérios o armazenamento do conhecimento e a possibilidade de transferi-lo a outros. Isso levou à criação de escolas, à educação e oficialização da matemática, religião, burocracia, divisão de trabalho e sistema de classes sociais. Também os sumérios inventaram a carroça e, possivelmente, as formações militares. Inventaram a cerveja. O mais importante de tudo, talvez, seja o fato de que, de acordo com muitos acadêmicos, os sumérios foram os primeiros a domesticar tanto plantas como animais.

Uma descoberta muito curiosa foi a descoberta das tábuas de argila, tábuas escritas em cuneiforme, que foram traduzidas e deram origem a uma coleção chamada Crônicas da Terras. Esse texto conta a história da criação dos homens pelos deuses e cita o primeiro homem, um grande diluvio e muitos eventos curiosos e mitológicos e, que talvez tenham sobrevivido, em partes, em textos que hoje nos chegam através própria Bíblia.

   

Natália Verdial